Hungria
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Você sabe o que é “bor”? Vinho, em húngaro. A Hungria é um dos poucos países europeus que não usa uma palavra derivada do latim vinum, como vin, vino, viño, wijn, wein...
Mas o grande trunfo do vinho húngaro é, sem dúvida, a enorme quantidade de uvas nativas brancas, que conferem um caráter único aos dourados e picantes vinhos da Hungria, infelizmente ainda não muito conhecidos no Brasil.
O cultivo de uvas nas terras da Hungria teve início, pelo menos, nos tempos romanos; possivelmente começou durante a Grécia Antiga. Na Idade Média, essa foi uma região reconhecida pela qualidade dos vinhos que produzia. No século XX, o período pós-guerra foi cruel com essa reputação, pois, sob o controle estatal do comunismo, privilegiou-se produtividade em detrimento à qualidade e à diversidade.
Mais de 20 anos após a queda do regime comunista, os produtores húngaros de vinho estão recuperando as tradições que existiam antes da coletivização. Esse é um momento de redescoberta, principalmente, para recriar ou reabilitar algumas uvas nativas que foram quase extintas. Os resultados têm sido espetaculares.
As uvas típicas, raras e incomuns, mais importantes na Hungria, são as brancas Furmint (ácida e forte) e Hárslevelû (suave e aromática), além da tinta Kadarka.
Em 1997, foram definidas, por lei, 22 regiões vitivinícolas na Hungria. As principais são:
Tokaj – responsável pelos vinhos Tokaji, considerados entre os melhores do mundo, produzidos principalmente com as uvas Furmint, Hárslevelû e Sárga Muskotály. Os mais famosos são os Aszú, vinhos de sobremesa produzidos com uvas botritizadas, mas cresce cada vez mais o número de brancos secos produzidos nessa denominação. Para ler mais sobre Tokaji, clique aqui.
Kunság, Csongrád e Hajós-Baja – estas três regiões são responsáveis por cerca de metade do vinho produzido na Hungria, mas a maioria é bem simples, utilizado para consumo diário dos habitantes, apesar de também haver produção de alta qualidade, nessa parte do país.
Eger – região conhecida por tintos elegantes, às vezes comparados aos exemplares de Borgonha (talvez pelo uso da internacional cepa Pinot Noir), e também pelos chamados Bikavér, tintos produzidos com corte de uvas regionais.
Villány – nessa região são produzidos os melhores e mais encorpados tintos da Hungria, a partir de Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc, em cortes com Kékfrankos, Zweigelt ou Portugiesier.
Szeksárd – região que também produz os tintos Bikavér, além de tânicos Kadarka, e Merlot e Cabernets cortados com Kékfrankos.
Bom, não é necessário ir a Budapeste, capital da Hungria, para conhecer um pouco da cultura desse povo... você pode começar, apreciando seus vinhos!
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